segunda-feira, 28 de abril de 2008

Lentidão de licenças ambientais atrapalha produção de ferro

O atraso na liberação de licenças ambientais pelos órgãos oficiais poderá prejudicar nos próximos anos os planos da Vale de aumentar sua produção de minério de ferro para atender a crescente demanda por esse recurso. E mais do que isso, poderá até provocar uma redução da produção. Essa possibilidade foi admitida por dirigentes da empresa, durante uma entrevista coletiva esta sexta-feira (25) para detalhamento do balanço do primeiro trimestre de 2008. No Rio, a entrevista foi comandada por Roberto Castello Branco, diretor de relacionamento com investidores. Em Belém, falou o gerente geral de Relações Institucionais, Eugênio Victorasso. E o diretor do departamento de Ferrosos Norte, José Carlos Soares, respondeu às perguntas em Carajás. O investimento da Vale no Pará nos primeiros três meses do ano chegou a US$ 980,5 milhões, o que levou a um aumento de 15% na geração de empregos pela empresa.

Como o "Pará Negócios" divulgou, a Vale reconheceu em seu balanço, divulgado na quinta-feira (24), que o atraso na liberação da licença ambiental, pelo Ibama, para o projeto de ampliação da Serra Norte, em Carajás, das atuais 100 milhões para 130 milhões de toneladas, provocará o atraso no início de sua operação, prevista inicialmente para o segundo semestre de 2009. "Estamos atrasados entre um e dois anos. Já estamos verificando o que fazer para contrabalançar esse atraso, já que todo o crescimento real da produção de ferro da Vale está sendo feito por Carajás", afirma Soares.

Além de Serra Norte, a Vale vai executar outros dois projetos para ampliar sua produção de minério de ferro: o de Serra Leste, em Curionópolis, e o de Serra Sul, em Canaã dos Carajás. Serra Sul é o maior projeto de ferro do mundo e representa investimento de US$ 10 bilhões para a produção de 90 milhões de toneladas anuais. A Vale espera entrar ainda este ano com o pedido de licenciamento ambiental para este empreendimento. "Nos preocupa muito a demora em obter essas licenças. Até 2011 temos minério para lavra. Se não conseguirmos o licenciamento no tempo certo, poderá haver redução de produção", completou Soares.

 

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