Ibama e PRF sob suspeitas de corrupção

No AMAZÔNIA:

A Polícia Rodoviária Federal e o Ibama admitem: há corrupção sendo praticada nos postos de fiscalização pelo interior do Estado. As denúncias estão sendo investigadas, mas segundo o inspetor Isnard Ferreira, superintendente da PRF no Pará, 'se a madeira ilegal está chegando a outros Estados é porque está passando livremente pelas barreiras daqui'. A desconfiança aumentou após a última operação realizada em conjunto pelos dois órgãos, que apreendeu quatro caminhões que transportavam ilegalmente 73 metros cúbicos de madeira na BR-316, próximo à fronteira entre os Estados do Pará e Maranhão no período de 24 a 27 deste mês.
'Infelizmente a gente às vezes descobre um rombo no Pará quando ele aparece em outro Estado e quando você pega uma carga no Piauí, ou no Ceará, significa que faltou fiscalização aqui. Se temos 14 postos da PRF no Estado, significa que esses caminhões passaram livremente por mais de um com certeza', lamenta o superintendete da PRF. 'Soubemos do boato de que muitos caminhões pararam ou mudaram de rota quando souberam da ação, e isso pode ser o indicativo de que vazou informação. A Corregedoria da PRF está junto na ação, para identificar se há facilitação por parte dos agentes', revela Isnard, com auto-crítica. 'Temos que saber olhar para dentro do órgão e parar com essa mania de achar que só na casa dos outros tem coisa ruim. Temos que retirar da pista todo servidor que não está agindo corretamente', destaca.
A operação chamada de Gurupi II teve como resultado, além da apreensão dos caminhões, a interdição de uma serraria com 49,8 metros cúbicos de madeira em toras e 76,58 metros cúbicos de madeira serrada. Foram apreendidos ainda 100 quilos de pratiqueira, dois avestruzes e 20 gramas de ouro. Cinco fornos para produção de carvão vegetal foram destruídos no interior da madeireira SLS Rosário Comercial, localizada no km 256 da BR-316. 'Não é período de defeso e nem há uma legislação específica sobre o avestruz, mas os dois estavam sem a autorização de trânsito', diz Alex Lacerda, chefe da Divisão de Fauna e Pesca do Ibama.

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