quinta-feira, 3 de abril de 2008

Aliados pressionam tucano que admitiu ter visto dossiê

Na FOLHA DE S.PAULO:

O plenário do Senado foi dominado ontem pelo embate entre governo e oposição depois que a base aliada cobrou do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) esclarecimentos sobre a divulgação do dossiê produzido pela Casa Civil referente a gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em discurso da tribuna, o tucano disse que tomou conhecimento do dossiê. "Na segunda, logo após a circulação da revista "Veja" no domingo, desta tribuna afirmei que tinha visto o dossiê. Eu vi. Outros viram. O dossiê deixou de ser novidade há algum tempo", afirmou. A revista "Veja" circulou no dia 22 com a informação de que havia sido feito um dossiê no Planalto. A Folha também teve acesso a um dos relatórios produzidos na Casa Civil.
Enquanto a oposição quer concentrar os ataques em quem fez o dossiê, os governistas estão empenhados em descobrir quem foi o responsável pelo vazamento do documento, que contém dados sigilosos.
O assunto deve ser abordado hoje pelos governistas na reunião da CPI dos Cartões. "Vamos nos concentrar nesse caso", afirmou o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).
Dias foi questionado em plenário por Tião Viana (PT-AC) e respondeu: "Eu tenho certeza absoluta que o senador Tião Viana não me imagina travestido de James Bond, driblando a segurança do Palácio do Planalto, invadindo o terceiro andar, forjando senhas e bisbilhotando nos computadores do governo", disse, ironizando.
Em seguida, o tucano contou que viu o dossiê. "Há, sim, um dossiê. Esse dossiê se tornou de conhecimento público. Quem o vazou está no Palácio do Planalto. Se o objetivo foi intimidar a oposição, não sei. Se foi confundir a opinião pública, pode ser. Se foi fogo amigo, não me cabe definir."
Para ressaltar que tem o direito de preservar quem lhe repassou o documento, Dias citou artigo 53 da Constituição, que diz que parlamentares "não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato nem sobre pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações". "Portanto, se a hipótese verdadeira é a de que um parlamentar municiou a imprensa sobre o vazamento desse dossiê, o fez sustentado por um dispositivo constitucional", disse. "Não há razão para questionar qualquer parlamentar sobre se eventualmente ele possa ter encaminhado à imprensa um dossiê que receber de fontes, é claro, que só podem ser do próprio governo."

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