sexta-feira, 28 de março de 2008

Para governo, caso exige resposta rápida de ministra

Na FOLHA DE S.PAULO:

A cúpula do governo avalia que a situação política da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, se agravou e que ela precisa dar uma resposta rápida. Do contrário, corre risco de cair. Segundo apurou a Folha, essa resposta seria a demissão dos servidores da Casa Civil que elaboraram um dossiê sobre gastos secretos do governo Fernando Henrique Cardoso.
A ordem para elaborar o dossiê partiu de Erenice Guerra, secretária-executiva da Casa Civil, auxiliar de Dilma.
No segundo mandato, é a primeira vez que um membro poderoso do governo e próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é ligado a um escândalo. Lula tem tentado viabilizar o projeto presidencial de Dilma, nome que hoje gostaria de emplacar como candidata na eleição de 2010. Um escândalo político tende a enfraquecer a articulação presidencial.
Anteontem, o governo montou uma operação para blindar Dilma. Impediu sua convocação para depor na CPI dos cartões corporativos e escalou o ministro José Múcio (Relações Institucionais) para dizer que ela era "inocente". Lula a levou para uma viagem de dois dias a Pernambuco, para lançar projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Ontem, integrantes da cúpula do governo demonstraram preocupação com a situação da ministra. Acham que ela pode ficar difícil diante da confirmação que técnicos da Casa Civil estavam reunindo munição para atacar a oposição na CPI dos Cartões Corporativos.
Ao tomar conhecimento sobre o modelo do documento vazado para a imprensa, com destaques para gastos da ex-primeira dama Ruth Cardoso, um ministro de Lula classificou a informação de gravíssima e disse que Dilma pode ser arrastada para o centro da crise.
Segundo esse auxiliar, o erro da Casa Civil foi admitir de saída que o documento vazara de dentro do Planalto antes de ter acesso a ele. Reservadamente, ele não descarta a hipótese de que alguém da oposição possa ter obtido o material e feito uma montagem para acusar o governo de elaborar um dossiê contra a família de FHC.
Erenice disse a colegas que acha que um servidor da Casa Civil roubou os dados e decidiu entregá-los à oposição.

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