sábado, 19 de janeiro de 2008

Passeata, barulho e desacordo no caso dos camelôs


No AMAZÔNIA:

Protesto e impasse marcaram o dia
Ambulantes fazem passeata e barulho. Reunião terminou sem acordo.

Apesar de se esgotar hoje o prazo dado pela Justiça Federal para que os ambulantes instalados na avenida Presidente Vargas se retirem do local, eles prometem resistir e trabalhar normalmente. Ontem pela manhã, os camelôs fizeram protesto e muito barulho pelas ruas de Belém em uma passeata que reuniu mais de 300 pessoas e saiu, por volta das 7 horas, da praça dos Estivadores - localizada no final da Presidente Vargas com a Boulevard Castilho França - em direção à sede da Prefeitura de Belém. Com apitos, nariz de palhaço e carro-som, os manifestantes fecharam parte de uma das pistas mais movimentadas da cidade.
A passeata - que congestionou ruas, interrompeu o funcionamento de algumas lojas do comércio, desesperou trabalhadores e acirrou os ânimos entre a própria categoria - terminou sem solução imediata. É que depois de esperarem por mais de duas horas por representantes da prefeitura para uma reunião, não havia - de ambas as partes - nenhuma proposta concreta de remanejamento até que as obras previstas pela prefeitura para março estejam concluídas.
A prefeitura precisa cumprir a decisão do desembargador Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal (TRT) da 1ª Região, de 17 de dezembro passado, em ação movida pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) contra o município, para a retirada dos ambulantes da frente da agência central dos Correios naquela avenida.
A ocupação, que já perdura mais de 50 anos, reúne atualmente 460 ambulantes. Mas, considerando-se que para cada camelô existem mais quatro ou cinco trabalhadores de apoio, tais como carregadores e armadores das barracas, as estimativas oficiais é de que haja pelo menos cinco mil pessoas envolvidas no comércio informal na avenida Presidente Vargas.
O projeto da prefeitura - que até então vem sendo tocado em consenso com boa parte dos ambulantes - é distribuí-los nos espaços do Buraco da Palmeira, na rua Manoel Barata; em um terreno que estava cedido para o Banco da Amazônia (Basa), localizado em frente à agência dos Correios; e no antigo prédio do INSS que foi comprado e passará por reforma e adaptação. Mas, até ontem pela manhã, nenhum desses espaços estavam dotados de infra-estrutura mínima para recebê-los.
O secretário municipal de Economia, João Amaral, informou que as obras estão sendo tocadas pela prefeitura, mas, de acordo com o cronograma de trabalho, só devem ser concluídas em meados de março. Até lá, a prefeitura, segundo ele, estaria disposta a negociar com a categoria locais provisórios para o remanejamento. 'Nós não vamos entregar de mão beijada tudo o que conseguimos ao longo de anos e anos de muito trabalho. Sabemos que esta é uma ordem judicial, mas não podemos ficar parados, sem trabalhar. O local que a prefeitura está querendo dar para a gente ainda é um terreno baldio, queremos um projeto verdadeiro, em que a gente possa ficar de fato', protestava o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Mercado Informal de Belém (Sintmib), Raulino de Seixas.


Mais aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário