quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Os rodoviários descem ao nível da sarjeta

Quando não são os camelôs em seus embates com a prefeitura, são os rodoviários.
Até o final desta manhã, eles mantinham interditadas duas pistas da Avenida Duque de Caxias, entre as travessas do Chaco e Humaitá, no bairro do Marco, em frente ao Sindicato dos Rodoviários. O protesto é organizado pela chapa de oposição à atual diretoria, que denuncia que o mandato estaria sendo exercido mesmo com a suspensão das eleições no final do ano passado.
Com todo o respeito, com o máximo respeito à liberdade de manifestação e à liberdade do exercício de direitos sindicais que assistem aos companheiros rodoviários, a pergunta que não pode calar é a seguinte: o que a população de Belém tem a ver com suas escaramuças internas? Por que fechar uma rua para resolver questões de âmbito estritamente interno? Por que prejudicar milhares de pessoas para resolver disputas sindicais que não interessam a ninguém, a não ser aos disputantes?
O espaço público, por ser público, não terra de ninguém, não é casa-da-mãe-joana. Ao contrário, o espaço público tem dono. É de toda a coletividade. Nada há que justifique, portanto, condutas como essa.
Geralmente, as catigurias que se dão a desplantes do gênero como este agora protagonizado pelos rodoviários alegam que fechar ruas é uma “forma de chamar atenção da sociedade para a nossa luta.”
Mas há muitas outras formas de protesto que podem utilizar para chamarem atenção e não prejudicam a população. Por exemplo: poderiam, em protesto, limpar o Ver-o-Peso num dia qualquer. Chamariam atenção e ainda conquistariam a simpatia de todos.
Por que os rodoviários não fazem isso? Porque acham que a bagunça é a melhor arma de mobilização política. É uma pena que o nível de consciência política deles tenha descido ao nível da sarjeta.

4 comentários:

  1. Caro Bemerguy,


    Estamos chafurdando na lama, de há muito , simplesmente porque nossas "autoridades" NÃO TEM AUTORIDADE!

    Há , pelo menos , 20 anos assistimos , passivamente , o princípio da autoridade sucumbir diante do proselitismo político e do oportunismo vesgo de determinada esquerda sempre muito interessada em direitos humanos e quejandos.

    Falta coragem, determinação e vontade política aos nossos homens públicos ( sem exceção! ) , e sobram

    covardia , leniência e falsa malandragem nessa corja que - infelizmente - apoderou-se da cena política brasileira, todos interessados em seus próprios interesses ( privados , sempre), mancomunando-se reciprocamente para auto-sustentarem seus esquemas de poder.

    Os espaços públicos foram violentados pela ação nefasta desses grupos que se arrogam a donos das ruas sem que se lhes oponha a lei !

    Sim ! Simples assim - a lei ! Bastaria que a lei fosse erguida à altura da impertinência e do desacato desses energúmenos que se apropriam dos espaços públicos para tudo se resolver.

    Somos o país das leis e dos bacharéis.
    Mas somos também o país do desacato, onde a lei "é potoca", onde determinados mandamentos legais , segundo a voz do povo , "não pegam "...

    Vc compreende isso? Vc imagina o que se passa na cabeça de um cidadão ( mesmo ) de qualquer país civilizado ouvindo alguém dizer que " no Brasil certas leis não pegam !??? "

    Aqui o famigerado MST invade , saqueia e destrói propriedades particulares absolutamente legítimas e legais diante da legislação brasileira, e , como "punição ,"recebem cestas de alimentos e financiamento público para o comentimento de mais crimes;

    taxistas ocupam ( praticamente ) todas as esquinas da capital sem que tenham sobre si os rigores, que deveria haver , de critérios técnicos a justificar desde o licenciamento dos veículos até os malsinados pontos , isto sem falar quando, arbitrária e totalmente à margem da lei , arvoram-se a justiceiros e saem não raro matando inocentes! ;

    sindicalistas de todos os matizes ocupam ruas, praças, canteiros , etc para protestos variados, desde lutas internas até proposicões sociais ;e

    ainda , ambulantes, camelôs , loucos , famintos , ciclistas desvairados, motociclistas alucinados , ladrões obstinados, et caterva transformam todos os espaços públicos em uma "selva selvaggia"e impõem ao cidadão comum a pena maior que se lhe pode impor - a cassação de sua movimentação , a castração do sacrossanto direito de ir e vir!

    A imprensa cala-se ! Sabemos a trôco de que...

    Cidadania ainda é , na grande maioria , apenas um vago conceito...

    E "nossos políticos " esperam a nova eleição armados das velhas promessas ...

    E la nave va!

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  2. Francisco,
    Sua apreciação, tão pertinente ela é, merece ir para a ribalta.
    Vou postá-la daqui a pouco, aí por cima, com destaque.
    Volte sempre para debater e apresentar suas - justas - indignações. Que, neste caso, é a indignação de todos nós.
    Abs.

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  3. A sociedade termina sendo culpada destes desmandos, primeiro porque votamos errado, depois porque NÃO COBRAMOS NADA DOS ELEITOS...O Pará tá virando baderna, pior é que a PM quando intervém é retaliada pelos Direitos Humanos que prefere que um Policial morra do que mate um bandido em confronto, sinceramente não dá para enterder estes valores deturpados que se auto denominam Direitos Humanos, o que é mentira, pois na prática eles atuam a favor de um grupo político que defende a anarquia, a confusão, os desmandos, é por isso que o Pará há muitos anos vem aos poucos se tornando uma baderna, acredito que no momento estamos no apíce desta triste constatação. E agora, o que valos fazer?????

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  4. Anônimo,
    O controle é necessário em todos os segmentos sociais - entre os jornalitas, magistrados, rodoviários, policiais, todo mundo.
    É preciso coibir excessos de qualquer ordem. Inclusive os excessos da leniência, da tolerância com a ilegalidade.
    E a sociedade tem que cobrar isso. Abertamente.
    Abs. por visitar o blog e debater.

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