sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Cenas da madrugada

1. Avenida Antônio Barreto, próximo ao Santuário de Fátima, por volta dos 45 minutos da madrugada desta sexta-feira.
Três ou quatro carros, som nas alturas, emparelham próximo à Castelo. Aceleram, esperam o sinal abrir e dão a largada. Como num autódromo. Um dos dos veículos, que estava mais na lateral da rua, deu uma guinada para o meio da pista que deixou os que vinham atrás –e não participavam do pega, portanto – apavorados. Próximo a uma agência da Caixa Econômica, uma viatura da PM, com quatro PMs devidamente embalados, estava parada e os policiais fora do carro, como se estivessem fazendo uma batida por ali. Mas ficaram nisso. Os que disputavam o pega passaram como um azougue. E os policiais foram como a Carolina da música do Chico: só eles não viram.
2. Bairro de Nazaré, por volta de 1 hora da madrugada desta sexta-feira.Uma tentativa de experiência humana, um espécime – como o perdão dos espécimes -, ao volante de um carro, zanzou durante uns 15 minutos pela avenida Nazaré, Benjamin, Braz de Aguiar, Rui Barbosa e adjacências. Vocês já ouviram o carro-som do Bento Maravilha? Do DJ Dinho? Somem os dois e multipliquem por dois. Os decibéis do som do veículo – que ocupam o espaço do bagageiro - eram mais ou menos por aí. As músicas, as piores. O motorista ia e vinha, vinha e ia com aquilo nas alturas. Acordou meio bairro. O carro era preto. E não houve como anotar a placa. Não deu, além disso, para distinguir qual o tipo e a marca do veículo, porque esse pessoal aqui da redação do Espaço Aberto mal e porcamente distingue caminhão de fusca. Mas distingue perfeitamente um ser humano de uma tentativa de experiência, de um espécime, de um verme. Aquilo que ia ao volante daquele carro não era um ser humano. Com certeza, não era.

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