No AMAZÔNIA:
Bandidos matam mulher
Empresária foi abordada por assaltantes após sacar dinheiro em banco. Ela tentou fugir, mas foi baleada.
A empresária Maricília Camargo Hernandes, de 44 anos, foi assassinada, ontem à tarde, no município de Ananindeua, por dois homens que pretendiam roubar os R$ 10 mil que, pouco antes, ela havia sacado de uma agência bancária localizada na rodovia BR-316.
Depois de ser baleada, Maricília perdeu o controle do carro que dirigia, uma Ranger, colidiu com a traseira de uma caçamba, que estava parada, e capotou. Ela foi perseguida por dois homens que estavam em uma motocicleta. Pelo menos cinco tiros foram disparados contra o veículo da empresária. O baleamento ocorreu por volta das 13 horas. As informações disponíveis dão conta que a vítima, junto com o marido, era dona da Transportadora Rocha.
A empresária ainda chegou a ser levada para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos. Os bandidos não roubaram o dinheiro, recuperado pela família.
A modalidade criminosa da qual a empresária foi vítima é conhecida na área policial como 'saidinha', quando os bandidos atacam os clientes que acabam de sacar certa importância em dinheiro nos bancos.
Segundo as informações apuradas pela delegada Luciana Bichara, da Seccional de Ananindeua, Maricília sacara R$ 10 mil no Bradesco, também na rodovia BR-316. Em seguida, parou no Itaú, no sentido Ananindeua-Belém. Um filho dela, de 20 anos, entrou no banco. A empresária permaneceu no carro, no qual estava outro filho dela, de 10 anos. Foi quando chegaram os dois homens em uma motocicleta.
De acordo com a delegada Luciana, tudo indica que Maricília percebeu que seria assaltada. E mandou que seu filho pequeno corresse para o banco. Ele correu. Maricília, provavelmente para evitar o assalto, acelerou. Os assaltantes foram atrás e atiraram no carro da vítima, a Ranger de placas JUO 9232. Maricília foi alvejada nas costas.
Desgovernado, o carro bateu na traseira de uma caçamba, que, carregada de areia, estava na margem da rodovia. A Ranger capotou, ficando sem a roda dianteira direita. A empresária morreu no hospital por volta das 14h15. A moto usada pelos bandidos estava sem placa. Ainda conforme a delegada Luciana, um dos bandidos vestia uma dessas camisas usadas por mototaxistas, provavelmente para despistar as investigações.
Na unidade da Polícia Civil que funciona no Hospital Metropolitano, há um Boletim de Ocorrência comunicando o crime. Ao investigador José Wilson, Lucas Camargo Hernandes Loureiro contou que estava no carro com sua mãe e um outro irmão. Ele disse que entrou na agência do Itaú. E que os seguranças não o deixaram sair do banco. Isso aconteceu, ao que tudo indica, porque os vigilantes ouviram os disparos feitos pelos assaltantes e, por questão de segurança, não permitiriam que nenhum cliente saísse naquele momento da agência. Lucas não informa o valor sacado por sua mãe.
Durante a confusão que se formou após o baleamento da empresária e o capotamento de seu carro, algumas pessoas localizaram a bolsa com os R$ 10 mil. Inicialmente, R$ 5 mil foram logo entregues à família da vítima. Depois, na Seccional de Ananindeua, os investigadores souberam que um homem, que estava no local da tragédia, havia ficado com uma parte do dinheiro. E, sob o comando do investigador Nascimento, chefe de operações da Seccional de Ananindeua, os policiais localizaram esse homem. Ele disse que pretendia entregar o dinheiro na polícia, tanto que já havia feito tal comentário com outras pessoas. Com ele, os policiais encontraram os R$ 5 mil, em cédulas de R$ 100,00 e R$ 50,00. Esse homem foi levado para a seccional, para relatar as circunstâncias em que ficou o dinheiro, e deveria ser liberado após fornecer essas explicações. Segundo a delegada Luciana, os assaltantes praticaram o crime de latrocínio - roubo seguido de morte.
O corpo da empresária foi liberado no início da noite de ontem. Durante a tarde, testemunhas foram ouvidas pela polícia, que deverá divulgar o retrato falado dos suspeitos hoje. Segundo a Polícia Civil, o homem que estava com os R$ 5 mil restantes relatou que encontrou o pacote com o dinheiro nas proximidades do local onde ocorreu o acidente. O valor já foi devolvido à família de Maricília. O velório será realizado na capela dos Capuchinhos, localizado no bairro do Guamá.
Mais aqui.
Triste e repetitiva cena de violência e morte.
ResponderExcluirAmanhã outra vítima será personagem de texto igual nas páginas policiais.
Banalização da vida.
A população , isso é grave, começa a ficar "acostumada".
A capacidade de indignação vai ficando cada vez menor.
Antes era a tal "sensação" de insegurança; agora a "certeza".
Pobre Belém, pobre Pará.