quinta-feira, 22 de março de 2018

Barracos no Supremo nos divertem. Mas o Supremo é o nocauteado.


Um novo barraco entra para a antologia de barracos no augusto recinto do Supremo, o nosso Excelso Pretório.
Desta vez, ou melhor, outra vez, enfrentaram-se com punhos de aço e línguas afiadíssimas Suas Excelências os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.
Está bem: nós sempre nos divertimos com os barracos dos outros. Às vezes, essas situações têm um quê de catarse coletiva. Afinal, quem não gostaria de dizer de cara, para Gilmar Mendes, o que Luís Roberto disse pra ele, na sessão desta terça-feira (21)?
Pois é.
Mas, no caso do Supremo, essas baixarias deveriam causar-nos medo, sabe?
Porque esses barracos não desmerecem, nem rebaixam, nem são constrangedores para a credibilidade dos barraqueiros.
Ao contrário, esses barracos degradam, desgastam e são extremamente corrosivos para a credibilidade do próprio Supremo e, por extensão, da Justiça brasileira.
Agora, objetivamente, uma coisa chama muita atenção nessas contendas verbais - ou desinteligências, como diriam alguns - entre Barroso e Mendes.
É que eles, quando se agridem, acabam por lançarem-se mutuamente suspeitas graves de deslizes éticos que, a rigor, mereceriam severa e imediata apuração.
Por que, então, essas excelências não representam uns contra os outros para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por exemplo?
Se o fizessem, teríamos, pelo menos, um barraco depurador.
E o próprio Supremo sairia ganhando com a depuração.
Como isso não ocorre, o Supremo é o único que sai perdendo.

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