quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Bruno diz a Jarbas que não vai "chafurdar na lama"

Bruno Coelho de Souza: "Seguirei honrado e com meu projeto de vida que, não inclui chafurdar na lama"
O advogado Bruno Coelho de Souza assina na página 2 do primeiro caderno, na edição de hoje, de O LIBERAL, o artigo intitulado "Aos advogados do Estado do Pará", em que se defende de críticas que lhe foram feitas pelo presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, em áudio gravado que vazou de um grupo do WhatsApp para redes sociais e vários blogs, inclusive o Espaço Aberto.
No artigo, Bruno em nenhum momento cita o nome de Jarbas Vasconcelos, mas o endereço de suas palavras é mais do que explícito. No áudio, que também também inclui fortes críticas a outros dois advogados, Jean Carlos Dias e José Ronaldo Dias Campos, o presidente da Ordem chegou a dizer que, durante sabatina para definir a lista sêxtupla de candidatos ao desembargo pelo quinto constitucional, Bruno não teria demonstrado mínimos conhecimentos de Direito e, portanto, teria destoado de outros membros da família Coelho de Souza, que já produziu luminares do Direito.
"A honra de meus antepassados não será manchada por palavras inconsequentes, pois já estão escritas na história do Pará, nas paredes do velho casarão da OAB e ainda no prédio que abriga o Fórum Cível de Belém. A minha história, ainda estou a construir e vislumbro não maculá-la com questões paralelas a minha profissão", afirma Bruno.
A seguir, a íntegra do artigo.

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A minha criação não me permite chafurdar na lama. Poderia judicializar, por inúmeras razões, o processo eleitoral, inclusive para atender ao anseio da classe, explicitamente inconformada. Considero que o direito foi concebido para combater as injustiças, mas não as articulações políticas. Se algo de errado aconteceu, a mudança é muito mais ampla e complexa do que a hipótese concreta da eleição para o Quinto Constitucional.
Aceitei parcimoniosamente a decisão soberana do Conselho da OAB/PA, pois os conselheiros subjetivamente entenderam indicar outros colegas para compor a lista sêxtupla. Minha manifestação ficou fora do “gabarito” da OAB, até mesmo porque ausentes gritos e marteladas. Quem é advogado militante como eu sabe que toda e qualquer demanda ocorre após certa maturação no campo individual e, em assim não havendo, corre-se o risco de demandar prematuramente questões que, com o passar do tempo, após as intempéries, passam a não fazer qualquer sentido. Desejava ser desembargador pelo Quinto Constitucional e representar a classe. Não desejo e nem pensei em ser um mero litigante, por isso a ação judicial não se adequaria ao meu intento. A honra de meus antepassados não será manchada por palavras inconsequentes, pois já estão escritas na história do Pará, nas paredes do velho casarão da OAB e ainda no prédio que abriga o Fórum Cível de Belém. A minha história ainda estou a construir e vislumbro não maculá-la com questões paralelas a minha profissão.
Luto incansavelmente pelo direito de meus clientes porque o objeto da demanda os aflige. No caso da eleição, a decisão não me aflige nem moralmente, nem materialmente. A indenização que me caberia seria destinada a uma instituição de caridade, mas antes de pelejar optei por ter caridade de quem não sabe o que diz. Serão menos algumas ações assoberbando o nosso Judiciário, não por covardia, pois quando submeti o meu nome a nossa honrada classe, sabia da grande possibilidade dos desgastes que hoje experimento, mas por pura compreensão de que a situação, muito embora tenha uma toada bastante pessoal, é muito mais abrangente, complexa. E não perseguirei porque fui perseguido, não me farei de vítima de um processo eleitoral, apenas seguirei honrado e corajosamente com o meu projeto de vida que, como eu disse no início, não inclui chafurdar na lama.


Bruno Coelho de Souza é advogado.

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