segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ex-senadora Serys é ameaçada de expulsão do PT

Renata Camargo, do Congresso em Foco

A ex-senadora do PT Serys Slhessarenko (MT) pode ser expulsa do partido do qual é militante há 23 anos. Um pedido de expulsão contra a ex-parlamentar foi protocolado no dia 17 no diretório regional do PT do Mato Grosso. A tentativa de expulsão foi anunciada pela própria ex-senadora em seu twitter, onde Serys faz um desabafo.
“Olá amig@s, estou afastada porque tô muito enrolada com a mudança, colocando tudo em ordem, mas não poderia deixar de desabafar. Já não bastava terem me tirado o direito de ser candidata à reeleição, ter sido apunhalada pelas costas, terem me traído. Agora querem me expulsar do partido que ajudei a construir”, disse em seu twitter.
No desabafo, Serys afirma ainda que está “chocada” com o pedido de expulsão e acusa o PT de estar sendo destruído e estar encolhendo “por uma direção ditatorial e despótica”. “Nunca usei, nem usarei o partido para satisfazer interesses pessoais. O Partido é maior, é o PARTIDO DOS TRABALHADORES... Alguns esquecem”, afirmou na rede.
O Diretório Regional do PT no Mato Grosso é controlado pelo ex-deputado e atual secretário de Educação Especial do Ministério da Educação, Carlos Abicalil (MT). Candidato derrotado ao Senado nas eleições de outubro, Abicalil recebeu 533 mil votos e ficou em terceiro lugar na disputa pelas duas vagas no Senado, perdendo para Blairo Maggi (PR) e Pedro Taques (PDT).
Em maio do ano passado, nas prévias eleitorais do partido, o ex-deputado protagonizou uma das mais acirradas disputas internas do PT no estado. Abicalil venceu a disputa para sair candidato ao Senado no lugar da então senadora Serys, que pretendia disputar a reeleição. Serys acabou perdendo a queda de braço e concorrendo a uma vaga na Câmara, para a qual foi derrotada.
Os motivos que levam ao pedido de expulsão do partido ainda não foram divulgados. O Congresso em Foco tentou falar com o ex-deputado Carlos Abicalil e com o diretório regional do PT no Mato Grosso, mas ainda não obteve sucesso.No twitter, Serys acusa o ocorrido de ser uma ação de "uma facção" dentro do partido. “Desculpem o desabafo, mas ver um grupelho, uma facção querendo tomar o partido à força, não dá. PT é democrático. Só me contaram do processo, não sei quem assinou. Para falar a verdade não me interessa, são pessoas que reduzem o partido”, disse.
Serys é uma das fundadoras do PT no Mato Grosso. Pelo partido, já exerceu por três mandatos consecutivos o cargo de deputada estadual e por um o de senadora. “O PT é o meu partido, é a minha história. (...)O que ocorre comigo não é partidário, é humano, é a busca do poder pelo poder, e isso não é partido que promove, é o próprio ser humano”, afirmou Serys.

Um comentário:

  1. A notícia tá confusa: porque ela tá sendo ameaçada de expulsão?

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