sábado, 15 de agosto de 2009

Protesto atrai mais de 2 mil

No AMAZÔNIA:

Trabalhadores da construção civil paralisaram ontem as atividades em protesto contra a demora nas negociações da data base da categoria. Cerca de 2,5 mil operários fizeram uma passeata pelas ruas do centro de Belém para chamar a atenção da classe patronal. Entre as exigências do grupo está o reajuste salarial - cujo percentual ainda deve ser discutido -, a implantação de plano de saúde para o trabalhador e sua família, elevação de 100% da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), aumento do seguro de vida dos empregados e a implementação de benefícios como vale gás, cesta básica e vale-transporte de papel.
A questão da seguridade nos canteiros de obras também foi ressaltada pelos manifestantes, que reclamam da falta de fiscalização dos setores responsáveis pela segurança e medicina do trabalho nas construções. Os operários pedem ainda aos empresários uma estabilidade mínima de um ano no emprego e que os avisos prévios sejam indenizados.
Segundo Ailson Cunha, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e Mobiliário de Belém (Sticmba), desde o dia 25 de junho a entidade vem tentando negociar com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Pará (Sinduscon). 'Não fomos sequer recebidos por qualquer membro do Sinduscon-PA. Ontem (anteontem), após assembleia, decidimos pelo indicativo de greve, que começa dia 25. Esta paralisação é apenas uma mostra do quem vem pela frente, caso os patrões não queiram nos receber', ameaçou.
A manifestação começou às 5 horas, na sede do Sticmba, na rua Nove de Janeiro, e seguiu para a avenida Doca de Souza Franco, onde centenas de trabalhadores aderiram ao movimento. Depois, a caminhada partiu em direção à sede da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), onde ocorreu um ato público. Na ocasião, uma comissão foi formada e encaminhada para conversar com o presidente do Sinduscon, Maneco Bizzi. No encontro entre os representantes dos trabalhadores e a classe patronal, ficou decidido que uma mesa de negociação será instalada na terça-feira, 18, às 9 horas, no hotel Vila Rica. O carpinteiro José Maria Ramos participou da caminhada e comentou a importância do manifesto. 'Se não fizermos este tipo de coisa, a gente não consegue alcançar nossos direitos', disse.
Para o diretor da Coordenação Nacional das Lutas (Conlutas), Atnágoras Lopes, o duelo dos trabalhadores da construção civil, que era específico, se tornou nacional. 'Temos diversas manifestações em todo o País. São várias reações ocorrendo simultaneamente hoje (ontem)', disse. Segundo o Sticmba, 17 mil pessoas trabalham diretamente na construção civil, em mais de 300 canteiros de obras espalhados pela Região Metropolitana de Belém (RMB). Apenas 20% da categoria paralisaram os trabalhos, e boa parte deles não aderiu à caminhada. Segundo afirma Deusarina Almeida, coordenadora geral do Sticmba, a represália dos patrões é grande.

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