segunda-feira, 27 de julho de 2009

Acordo antidesmatamento ganha adesão de mais cinco empresas

Dos 13 empreendimentos processados, 9 já assinaram acordos; pecuaristas negociam
Os frigoríficos Eldorado, Rio Maria e Ativo Alimentos e as empresas exportadoras de gado Agroexport e Boi Branco assinaram esta semana Termos de Ajuste de Conduta (TACs) propostos pelo Ministério Público Federal (MPF) no Pará para evitar o desmatamento provocado pela pecuária no Estado.
Com mais essas adesões, das 13 empresas processadas pelo MPF por contribuir com a degradação ambiental da Amazônia nove já se comprometeram a não comprar gado de pecuaristas que tenham violado a legislação ambiental. Os proprietários das 20 fazendas processadas estão em negociação com o MPF para assinar TACs.
O volume de gado exportado pela Agroexport e Boi Branco, somado às exportações das empresas Kaiapós e Minerva, que também assinaram TACs, representa cerca de 95% do total exportado pelo setor no país, segundo o superintendente da Associação Brasileira dos Exportadores de Gado (Abeg), Gil Marcos de Oliveira Reis. “Como o Brasil é o quarto maior exportador de gado do mundo, na prática podemos dizer que o quarto maior exportador do mundo assinou o TAC”, comenta o superintendente da Abeg.
Reivindicação dos consumidores
Para o MPF, a adesão das empresas aos TACs mostra que elas estão interessadas em atender a uma reivindicação dos consumidores, que não querem comprar produtos do desmatamento ilegal. “No século 21, o consumidor é quem decide os rumos do mercado, e não o contrário", enfatiza o procurador da República Daniel César Azeredo Avelino. Atentas a essa demanda, as maiores empresas do setor varejista, como Pão de Açúcar, Wal Mart e Carrefour, também concordaram com o MPF e anunciaram medidas para evitar revender produtos do desmatamento ilegal na Amazônia. Esta semana, a fabricante Nike anunciou que não vai mais comprar couro originado de gado criado em áreas de degradação ambiental na região.
“Essa conscientização é tão forte que algumas empresas e a Justiça estão tomando medidas mais rigorosas que as sugeridas pelo MPF no início do caso”, observa o Avelino. Na última terça-feira, o Wal Mart emitiu comunicado à imprensa informando que, mesmo com a assinatura dos TACs, decidiu só retomar a compra de carne proveniente de fazendas do Pará quando estiver em vigor o processo de auditoria independente sobre a origem do produto. Segundo um dos itens dos TACs, nesse ponto o compromisso do governo do Estado de promover a auditoria já seria o bastante para validar a comercialização.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MPF

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