sexta-feira, 13 de março de 2009

PMs são acusados de abuso

No AMAZÔNIA:

Moradores do conjunto Tocantins, na área do no Parque Guajará, bairro do Tenoné, acusam policiais militares de invadir casas, ameaçar moradores e até saquear quantias em dinheiro durante buscas a criminosos. Em apenas uma semana, segundo os denunciantes, três casas foram arrombadas por PMs sob a justificativa de servirem de esconderijo de assaltantes. A última invasão, registrada na passagem das Flores, anteontem, terminou com a dona da casa acusando os policiais de furtarem dois cordões de prata e R$ 1.450,00 em dinheiro.
O comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Barata, responsável pelo policiamento na área do Tocantins, diz que vai ser rigoroso em apurar as denúncias e punir os policiais que se envolverem em 'excessos'. Um oficial do 10º BPM foi destacado para checar a denúncia da moradora e conduzir o inquérito administrativo correspondente ao caso. A dona da casa invadida por PMs, porém, que combinou registrar o caso no batalhão na manhã de ontem, deixou de comparecer à reunião marcada com o comandante Barata.
A casa, que pertence a uma vendedora ambulante de roupas, não pôde ser trancada após a suposta invasão, no final da tarde de anteontem. Segundo ela, os policiais quebraram os cadeados que trancavam a porta de entrada e forçaram a porta para abrir, quebrando a maçaneta. Ainda é visível uma marca de lama deixada, conforme a acusação, pela bota de um policial na porta da residência. Os móveis foram deixados fora do lugar, as roupas foram tiradas da cômoda e espalhadas no chão da casa.
A vendedora não estava em casa no momento em que os policiais entraram. Os vizinhos contam que a ação teve início às 17h e durou cerca de meia hora e que os policiais decidiram arrombar a porta ao perceber que ninguém respondia do lado de dentro. 'Eles procuravam uma pessoa chamada ‘Gil’ e o meu marido se chama Gilnei, mas ele também não estava em casa. Eu não entendo por que fizeram isso na minha casa. Ele não deve nada e nunca foi preso. Como não tinha ninguém, eles levaram só uma foto em que ele estava', afirma a vendedora. A mulher estava com o marido e a filha no Hospital Santa Casa de Misericórdia, onde iniciava o pré-natal do bebê que espera.
'Os policiais não tinham autorização para entrar. Se eu estivesse aqui na hora ninguém tinha feito nada disso. Eu ia pedir que eles apresentassem a ordem do juiz', afirma o vizinho Divaldino Nascimento. Ele diz que os policiais passam por cima das leis sob a justificativa de combater o crime.
Denúncias - Os moradores da passagem das Flores ficaram assustados com a ação da polícia na casa da vendedora de roupas. Eles contaram, pedindo que os nomes deles fossem preservador, sucessivas abordagens a moradores e trabalhadores da área do Tocantins e apontam um policial como o líder do suposto grupo de PMs que aterroriza a área. Outra mulher, dona de uma casa que teria sido invadida na sexta-feira passada por PMs, relata uma ação ainda mais ousada dos policiais. Ela conta que a casa onde mora, na conhecida rua do 'L', foi cercada por PMs em motocicletas e que eles iniciaram uma busca na casa sem que ela permitisse. 'Eles procuravam um tal de ‘Cabeludo’, que nem mora em casa. Entraram e reviraram tudo, e chegaram a tomar refrigerante e comer dentro de casa'. A moradora afirma que os policiais passaram cerca de 40 minutos dentro do imóvel e que chegaram a comer o camarão que estava guardado na cozinha. 'Esse policial chega dizendo que é o dono da rua. Bate em mulher e até em criança. Faz o terror', afirma um morador.

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