Com a permissão dos coleguinhas colunistas sociais, o Espaço Aberto pede licença para o registro de uma pequena nota social.
Na última sexta-feira, uniram-se pelos laços do matrimônio os jovens Camila Trindade dos Santos e Alexandre Rocha.
Após a cerimônia religiosa ocorrida na igreja de Nossa Senhora do Carmo, os nubentes receberam pessoas gradas da sociedade paraense nos amplos e elegantes salões da Crowne Plaza, o melhor hotel da cidade.
A noiva é filha do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), José Conrado dos Santos.
Entre os muitos convidados, a governadora do Estado, Ana Júlia Carepa.
Pronto. A nota social é até aqui.
A partir daqui, vamos ao que interessa.
O presidente da Fiepa é empresário do setor gráfico.
É dono de uma das maiores gráficas de Belém, a Sagrada Família.
Como todos os empresários do setor gráfico, deve estar justamente agastado com a encomenda, pelo governo do Estado, de agendas escolares aos milhares – uns falam em 2 milhões, outras em 1,2 milhão – produzidas na gráfica Santa Marta, em João Pessoa (PB).
Como todo empresário do setor gráfico, Conrado deve estar com o coração até aqui de mágoa porque um governo que apresenta o discurso da geração de emprego e renda aqui no Pará opta por uma gráfica da Paraíba para produzir em grande escala, num momento em que as gráficas paraenses, segundo informou o Diário do Pará de ontem, amargam uma ociosidade que beira assustadores 90%.
Por isso é que os colunistas sociais aqui da redação – todos devidamente trajados a rigor, comme il faut, como se diz -, que compareceram ao casamento da filha do presidente da Fiepa, não tiraram o olho de Conrado e da governadora.
Como bom anfitrião, é claro, ele dispensou a Sua Excelência a chefa do Executivo a maior das atenções.
E demorou-se boa parte do tempo conversando a sós com Ana Júlia.
Bastante tempo.
Quem cronometrou a conversa aposta que foi tempo suficiente para passar a limpo toda essa história da aquisição dos kits escolares.
Mas houve quem apostasse que, num ambiente como aquele, em que o amor predominava – os que se casam, afinal, não o fazem por amor? -, não havia nem como falar de algo que tem deixado os empresários do setor gráfico tiriricas, com ódio no coração.
O poster aposta, sinceramente, que o presidente da Fiepa e a governadora demoraram-se em conversar sobre tudo – sobre a beleza da decoração do ambiente, sobre os filhos que vão crescendo e acabam casando, sobre a estreia de Ronaldo Fenômeno pelo Corinthians, sobre o tempo de chuvaradas em Belém, enfim, conversaram sobre tudo, menos sobre esse questão dos kits escolares.
Se alguém, hoje, amanhã ou depois, encostar no dr. Conrado e perguntar-lhe: "O senhor conversou com a governadora sobre os kits?", é capaz de ouvir de volta: "Kits? Que kits?".
Não tinha nem por quê, realmente.
Vocês sabem: a elegância recomenda, não é?
Sinceramente.
O Dr. Conrado nunquinha vai brigar co a Tia Ana por causa dos outros. Ele sendo aquinhoado seja como for pelo PT está tudo bem. Repito, por que brigar e perder a participação nas futuras licitações, se não usarem a Double M como repassadora.
ResponderExcluirEu duvido que as gráficas paraenses dessem conta dessa encomenda. Ainda pelo suposto preço indicado no Diário do Pará, R$ 2 milhões. Até parece que eles iam cobrar 2 reais por agenda. Pra isso é mais intriga de sindicato de gráfica.
ResponderExcluirquem é envolvido com o ramo sabe da qualidade do serviço da Santa Marta.
Quem é do ramo gráfico sabe e não questiona a qualidade dos serviços da Santa Marta.
ResponderExcluirO problema não é esse !
Houve licitação local ?
Quem participou ?
Temos, sim, gráficas tão qualificadas como a Santa Marta, como a Alves, a Supercores, a Sagrada Famíliaque poderiam orçar e até abiscoitar esse serviço dos Kits.
Volto a comentar este caaso para esclarecer alguns pontos que muitos parecem não conhecer.
ResponderExcluirO Estado por força Legal (Decreto Estadual nº 967 de14 de maio de 2008) só pode licitar estes produtos do Kit por pregão Eletrônico.
Portanto não existe a possibilidade de se fazer uma licitação só para o Estado, ou seja, neste caso totas as empresas naconais poderiam participar.
O que houve e está claro foi a burla da licitação que é crime previsto na Lei 8666 com pena de prisão.
Só resta ao MP federal investigar para saber se há recurso do Governo Federal e instaurar o devido processo. Quanto ao MP Estadual estamos aguardando se acorda agora ou quando o escandalo se tornar nacional.