sexta-feira, 13 de março de 2009

Família é morta em chacina

No AMAZÔNIA:

Cinco colonos foram mortos em uma chacina na tarde de anteontem na Vila do Livramento, na colônia de Copaíba, situada a 36 km de Garrafão do Norte. As vítimas, da mesma família de agricultores, foram executadas a tiros e facadas. Entre os mortos, uma criança de 9 anos e uma adolescente de 13. Ambas foram brutalmente esfaqueadas. Este é o segundo caso de execução em Copaíba em quase dois meses. O primeiro teve como vítima um homem morto com tiro na nuca, em situação semelhante ao homicídio coletivo da última quarta-feira. O massacre, a princípio, foi atribuído aos índios Tembé, mas a hipótese foi descartada.
Segundo o delegado titular da Delegacia de Garrafão do Norte, Cristiano Nascimento, a área onde residia a família de colonos é de difícil acesso. A única forma de se chegar lá é a pé. O local é uma reserva indígena, administrada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e abriga índios da tribo Tembé.
O corpo do agricultor Milton Gomes de Souza, de 34 anos, foi localizado por volta das 18h30 pelo irmão dele, Antônio Wilson Gomes de Souza, a 80 metros da residência da família. A polícia acredita que as execuções ocorreram por volta das 15h30 de anteontem. Antônio ouviu os tiros da lavoura onde trabalhava com mais dois colegas. Somente no final da tarde eles decidiram ver o que ocorreu na casa onde morava com os demais familiares.
Antônio encontrou a cunhada, Isabete Diniz da Mata, de 42 anos, baleada na porta da casa principal, depois viu o corpo do irmão, assassinado a tiros, distante uns 80 metros do imóvel e em seguida avistou o cunhado dele, apelidado de 'Ribinha', na frente na casa de farinha, também baleado. As filhas de Isabete, uma menina de 9 anos e uma adolescente de 13, não foram encontradas pelo agricultor, que não teve coragem de entrar na residência para saber se estavam lá.
Polícia - Antônio viajou até a Garrafão do Norte para comunicar a polícia sobre a chacina. O sobrevivente chegou ao município depois das 2 horas de ontem. O delegado Cristiano Nascimento e equipe ouviram a história e seguiram para a comunidade rural para apurar detalhes sobre o crime e obter a identificação das vítimas. Segundo o delegado, mãe, pai e o tio das crianças foram mortos com tiros na cabeça, próximos à orelha. As meninas foram assassinadas, dentro da residência, a golpes de faca nas costas, uma em cada pulmão, no peito e no pescoço. Os corpos foram encaminhados ontem de manhã para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves de Castanhal.
Segundo o delegado, o motivo das mortes ainda é um mistério, visto que Milton e família não tinham desavenças com ninguém e não mantinham armas de fogo na área onde residiam. O policial disse que chegou a ser cogitada na cidade a hipótese do crime ter sido cometido por índios Tembé, mas a suspeita foi descartada. 'Primeiro porque o modus operandi é de execução mesmo. Nada foi roubado. Encontramos todo o dinheiro e a mercadoria de um estabelecimento comercial que as vítimas possuíam no local, ou seja, a intenção era matar mesmo. Além disso, nunca tivemos problemas com os índios, eles são tranquilos', afirma.
Segundo a Funai, existe um processo de retirada de posseiros que ilegalmente ocupam terras na região onde ocorreram as mortes. Segundo a administração da Funai em Belém, em função da ocupação ilegal a população indígena está concentrada na região de Capitão Poço, a cerca de 23 km de Garrafão do Norte. A Funai informou que está acompanhando as investigações e não cogita a possibilidade de que o crime esteja relacionado a qualquer ação de retirada dos posseiros da terra indígena.

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