quarta-feira, 26 de março de 2008

“Somos presos se questionarmos"

De dois Anônimos, sobre o post “Meu irmão passa por trabalho escravo na PM":

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Na minha conta não caiu até hoje, mais de 60 dias depois da viagem que custeei pelo bem do Estado!
Cabo A...PM

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Sou policial militar, embora não seja oficial, sirvo a sociedade como a maioria que se dispõe a abraças a profissão. Quando fazemos o curso, ao final temos que fazer um juramento em que abdicamos de nossa própria vida em prol da sociedade, O QUE VIOLA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O TRATADO DE DIREITOS HUMANOS, mesmo assim ninguém tem coragem de contestar, ou quase ninguém...E assim acontece em todos os outros aspectos de nossa missão.
Temos que nos sujeitar a tudo, à morar ao lado do bandido, porque com o salário que ganhamos não podemos fazer escolhas, a pagar para trabalhar, pois quando nos destacam para estas viagens, se questionamos em relação ao recebimento de diárias, logo somos marcados, perseguidos por alguns superiores e se decidimos fincar o pé e dizer que só iremos se os meios para a viagem forem providos, simplesmente somos presos, PASMEM, MAS SOMOS PRESOS, pois o fato de questionarmos é visto como insubordinação...
E assim vão conseguindo arrancar tudo da gente a começar por nossa dignidade, nos transformam em verdadeiros playmobis, sem vontade própria, sem atitude, pois se a tivermos somos ameaçados, ainda que veladamente, não com palavras, mas com gestos...
Ao longo do tempo vamos perdendo tudo, amor próprio, pois a sociedade em vez de nos reconhecer, na maioria das vezes nos condena, nos agride... E todos que estão no maior cargo, o de Comandante Geral, por serem escolhidos por políticos e por isso mesmo não poderem contrariá-los, entram no jogo, para manterem seus das's e a gente que se dane...
Nunca perguntam se a gente está com fome, se conseguiu marcar aquela consulta no SUS, uma vez que o HPM hoje é só de fachada, não funciona nem de longe, como deveria, se estamos precisando de armamento para proteger nossa vida, uma vez que os bandidos estão armados até os dentes, enfim somos um cacro social, ou estamos perto disso, uns excluídos que embora funcionários públicos, recebemos um tratamento extremamente diferenciado e humilhante do Governo do Estado.
O caso das diárias denunciado aqui no blog, quem derá fosse o único problema que temos...As diárias certamente ainda não foram pagars, porque o Comandante Geral e seus assessores tem certeza de quee os militares que estão em missão, por amor ao Estado, não vão cobrar, não vão denunciar a quem de direito, enfim vão aceitar a situação, pois é o que lhes resta diante de tantas ameaças veladas que rondam a possível denúncia da ausência das diárias que os caras devem receber para trabalhar em prol da sociedade.
Vi hoje a noite no jornal que em Tailândia foi decretada situação emergencial, será que diante deste grave problema, os militares que lá estão arriscando suas vidas não teriam que receber as diárias as quais fazem jus? Será que são obrigados a pagar para trabalhar? Acredito que esteja na hora de discutirmos essa questão a fundo, antes que o caos social se instale, um dia isso acaba, um dia vamos nos unir e cobrar o que a sociedade nos deve, o que os representantes do direitos humanos nos deve...Será que passar fome para trabalhar não deveria ser condenado pelos direitos humanos? Pelo Ministério Público do Trabalho? Precisamos discutir isso urgentemente, se queremos segurança, não podemos nos calar...Desculpem, mas este é uma forma de desabafar, pois não aguento ver colegas meus, bem como eu nessas situações humilhantes em que a dignidade é a última coisa que respeitam...Comandante Geral cadê o senhor que não briga por nós?

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