sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Armas prontas para a retaliação

Em O ESTADO DE S.PAULO:

Oposição promete barrar aumento de tributos para reagir à 'traição'
Líderes ameaçam derrubar novo valor da CSLL; governo também teria dificuldade de aprovar outras propostas

O pacote com elevação de tributos baixado pelo governo na quarta-feira fez subir a temperatura política e armou o cenário de uma nova crise entre o Palácio do Planalto e a oposição no Congresso, mesmo em pleno recesso parlamentar. Ao mesmo tempo que se dizem traídos pelo governo, que se comprometeu a não baixar nenhuma medida fiscal e tributária quando negociou a aprovação da Desvinculação de Receitas da União (DRU), líderes de oposição já ameaçam retaliar o Planalto.
O governo decretou aumento de 0,38 ponto porcentual em todas as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidentes nas operações de crédito e de câmbio e elevou de 9% para 15% a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do setor financeiro. As mudanças devem render cerca de R$ 10 bilhões e visam a compensar parte da perda de R$ 40 bilhões com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
“Faremos o possível para derrotar o aumento da CSLL dos bancos, que será repassada ao usuário e vai travar o crescimento”, avisou ontem o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN). O aumento da CSLL por medida provisória, precisa ser aprovado pelo Congresso.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), alerta para o risco de o governo enfrentar novos problemas em votações, por causa do clima de hostilidade criado pelo pacote. A criação da TV pública, por exemplo, está na fila de votações. “Está na hora de sentar para conversar com a oposição, para termos um ano mais tranqüilo”, defende Garibaldi.


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