quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Jatene só quer “embaralhar” as cartas, diz tucano

Helenilson Pontes: incluído no restritíssimo círculo de amigos que merecem inteira confiança de Jatene
Tucanos ficaram meio assim, como diríamos, em polvorosa diante da informação postada ontem, pelo Espaço Aberto, antecipando que o governador Simão Jatene não apenas vai se desincompatibilizar, no final de março, como desistirá de concorrer a um novo mandato eletivo, abrindo espaço para a candidatura do atual vice, Helenilson Pontes (PSD), ao governo nas eleições de 2014.
“O Jatene vai concorrer, sim. Não vai abandonar nem a vida pública, nem a política. O que ele está fazendo agora, ao disseminar a dúvida sobre seu futuro político, é embaralhar as cartas, para confundir os adversários”, garante ao blog observador da política e gente próxima aos tucanos.
Com base no que conhece nos bastidores da política, e mais ainda dos bastidores do PSDB, ele avalia que, entre o governador e seu vice, Helenilson Pontes, desenvolveu-se uma sintonia, um sentimento de mútua fidelidade e confiança que Jatene só trava com um círculo muito, mas muitíssimo restrito de pessoas, entre elas seu ex-secretário Sérgio Leão.
O governador, conforme lembra a fonte do Espaço Aberto, desenvolveu por Helenilson uma admiração muito grande desde o plebiscito de novembro de 2012, em que os paraenses rejeitaram nas urnas a divisão territorial do Pará, o que daria origem a dois novos Estados, de Carajás e Tapajós.
Àquela altura, Helenilson, natural de Santarém e com toda a sua base política estabelecida naquela região, foi alvo de fortíssimas críticas dos movimentos separatistas, por não ter se manifestado explícita e contundentemente contra o seccionamento do território paraense. Mesmo assim, manteve-se afinado com Jatene e não descurou de seus deveres constitucionais de vice-governador do Pará e nem tampouco adotou atitudes políticas capazes de comprometê-lo no exercício do cargo.
É muito possível, considera observador bem próximo aos tucanos, que Jatene, nesse sentido, realmente se desincompatibilize do cargo para fazer campanha abertamente - sem as peias, os freios e as restrições que enfrentaria caso estivesse no governo -, deixando Helenilson à frente do Estado até o final do ano.
Mas haveria sentido em ficar vice-governador sem condições de concorrer a um novo mandato? “O Helenilson é novo. Só tem 42 anos. Sabem o Jatene e o próprio Helenilson que sete meses, a contar de março (quando o governador se desincompatibiliza) a outubro, mês das eleições, não são suficientes para o vice fazer seu nome, tornando-se mais conhecido em todas as regiões do Pará. Então, não será demais imaginar que o Jatene já tenha convencido o Helenilson a ficar mesmo sem mandato nos próximos quatro anos, habilitando-se assim a ter o apoio do PSDB para disputar o governo, em 2018”, considera o observador.
No cenário que ele traçou, para demonstrar que Jatene tem várias opções para se manter na vida pública, o observador não descartaria nem mesmo a possibilidade de o governador ao Senado, arrostando, caso isso venha a ocorrer, a ira do senador Mário Couto, tido como candidato natural do partido, uma vez que já está no exercício do mandato.
“Não tem isso de candidato natural. E se fosse o caso de o Jatene disputar o direito de concorrer ao Senado, a indicação do candidato caberá ao Diretório Regional. E quem tu achas que, neste momento, tem o controle do Diretório, o Jatene ou Mário Couto?”, indagou o observador.
Essa é uma pergunta para muitos responderem.
Inclusive, é claro, o senador Mário Couto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Considero no mínimo equivocada tal declaração. Embaralhar o quê? Só existem dois candidatos. Jatene e Helenilson. Ou um ou outro. No máximo, como diz o texto, pode mexer com o Couto, mas não necessariamente. Até porque o próprio texto esclarece quem manda no tucanato. O problema na verdade é outro: conseguirá Jatene fazer seu sucessor, diante do adversário HB?