segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O péssimo atendimento nos supermercados de Belém

Olhem aqui.
Vamos falar no português nada castiço: o atendimento nos supermercados de Belém é péssimo.
Absolutamente péssimo.
Reforçando ainda no português nada castiço: em regra, a cada dez empresas de Belém, em qualquer ramo de atividade - qualquer um -, em oito o atendimento é péssimo.
É absolutamente péssimo.
Inclusive, claro, nos supermercados.
A proclamação dessa verdade, constatável, comprovável todo dia, o dia todo, vem a propósito de ofensas - nojentas, asquerosas, despropositadas, como toda boa ofensa - feitas a Rui Raiol, depois que ele assinou o artigo intitulado Atendimento nos supermercados de Belém, publicado primeiramente em O LIBERAL, em seguida reproduzido aqui no blog.
Rui Raiol é um dos colaboradores aqui do blog (cliquem aqui)
É um lorde.
É um cara ponderado.
Educado.
Rigoroso nas suas avaliações, sempre fundamentadas.
Ele está sempre certo?
Não. Evidentemente que não.
Ninguém está sempre certo.
Aliás, estar certo e estar errado são categorias que esbarram nas contingências - morais, inclusive e principalmente - de cada um.
Conceda-se ao Rui, todavia, o direito de expor livremente suas opiniões e de ser até contestado, mas nos limites da civilidade.
Não foi, todavia, o que aconteceu.
Rui, depois do artigo, passou a receber ofensas - por e-mail e na sua página pessoal.
Aqui mesmo, o blog recusou vários comentários ofensivos.
Na semana passada, e diante de tantas ofensas que lhe dirigiram, Rui pediu ao poster que retirasse a postagem aqui do blog.
O poster concordou, mas fez um acordo com o Rui: o blog excluiria a postagem, mas a assumiria inteiramente como sua (do Espaço Aberto), por concordar inteiramente com ela e entender que uma pessoa não pode ser ofendida de forma vil, apenas por expor sua opinião.
Acordo proposto, acordo aceito.
Aceito o acordo, a postagem já foi retirada, mas o blog a reproduz agora, do início a fim, de fio a pavio, da primeira à última letra, da letra inicial ao ponto final, como se fosse um artigo do Espaço Aberto.
O blog se permitiu fazer apenas uma alteração no título.
O título original, como já dito, era simplesmente Atendimento nos supermercados de Belém.
O Espaço Aberto, assumindo a autoria da postagem, alterou-a para o que está acima: O péssimo atendimento nos supermercados de Belém. É apenas para ficar mais claro.
O novo título é apenas para expor um juízo do blog.
E pronto.
E ponto.
Leiam, pois, a ex-postagem de Rui Raiol, agora assumida pelo blog. Logo depois, o Espaço Aberto fará um comentário adicional.

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Vou abrir uma exceção hoje para falar de um assunto que deve interessar a muita gente, especialmente consumidores dos supermercados de Belém. A coisa está feia. Desandou ainda mais. Muito embora nossa cidade seja uma das maiores do Norte/Nordeste, o mercado consumidor sofre com a falta de preparo da mão de obra que está no atendimento direto dessa clientela. É possível que exista exceção, mas a regra me parece ser mesmo a que vou dizer agora.

Caixas de supermercado em Belém: lugar para cliente se sentir mal, ficando informado de um mundo de coisas que não tem por que ouvir. É impressionante. O que mais encontramos é caixa conversando sobre a vida pessoal com outro empregado, seja outro caixa, seja embalador, sejam os três. Ridículo. Há poucas semanas, estive em um  desses hipermercados cedinho. Quando me aproximei, apenas uma pergunta mecânica: “Qual a forma de pagamento?” Geralmente, ali me fazem outra indagação, se tenho determinado cartão. Desta vez, nem isso. A caixa estava muito ocupada falando mal da empresa com outra colega. O que mais impressionava é que, afora a pergunta, era como se não houvesse ninguém mais ali. As duas estavam tão à vontade que fiquei constrangido.
Aproveitando um momento daquele papo asqueroso, pedi licença e disse que eu não queria ouvir aquilo. Como resposta, a empregada virou-se para mim e disse que não estava falando comigo. Pasme! A partir desse momento, ela tratou ainda mais de conversar com a outra, que intervindo disse que agora não podiam nem mais falar, tinham de falar calada. Saí direto para o Serviço de Atendimento ao Cliente. Falei com a chefe dos caixas e pedi que adotasse alguma providência. Se fez alguma coisa, não sei.
Já ouvi de tudo no atendimento de supermercados de Belém. Empregados ignoram os clientes. Veja isto. Em outro grande estabelecimento, um funcionário que repunha frutas gritou para o outro, no ponto extremo do setor: “Ei, fulano! Já viste como beltrano está alegre hoje?” E a resposta do outro, aos berros: “Já, já vi! É que sicrano levou a mulher dele para a praia neste fim de semana!” Acredite nisto. Ridículo.
A impressão que tenho é que estou entrando no Inferno quando preciso ir a supermercados de Belém. Caixas, padaria, setor de embutidos, arrumadores, embaladores... O pessoal parece estar no quintal da própria casa. À vontade, para falar o que bem der na telha. Sem citar a completa indiscrição com o público feminino. Empregados não podem ver uma mulher. Ficam loucos. Seguem. “Secam”. Agrupam-se para a lascívia. O cliente? Lixo para eles.
Enquanto consumidores, clientes têm o direito de serem bem tratados. Não temos por que ficar ouvindo piadas indecorosas, notícias do encontro do fim de semana, novelas, resultados do futebol e a revolta que têm contra a empresa onde trabalham, principal tema. Falta profissionalismo nesse setor importante da economia paraense. Investimento. Belém é uma cidade de grande porte. Aqui tem muita gente de fora. Que impressão essas pessoas levam do Pará?
A gente entra naqueles supermercados estreitinhos de Copacabana e o atendimento é bem diferente. Em qualquer ponto desses no Rio, São Paulo e resto do Brasil, somos tratados bem: “Bom dia, senhor!... Obrigado, senhor!... Bom dia, senhora!  Obrigado, senhora!”. Esse é o papo. Por que em Belém a gente tem de ouvir esse monte de baboseira no atendimento dos supermercados? O que falta? Penso seja treinamento e maior rigor na seleção.

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Leram?
Pois é.
O blog volta.
Volta para narrar um fato que se passou com o poster aqui, e não com Rui Raiol.
Na semana passada, o poster precisava comprar um produto de limpeza.
Como habitualmente faz, foi a um supermercado depois de sua segunda jornada de trabalho, no início de uma madrugada.
Era por volta de meia-noite e trinta.
O supermercado visitado foi o Yamada Plaza, aquele ali na Governador José Malcher com a 14 de Março, em São Brás.
Foi ali.
O cliente, no caso o poster, procurou as gôndolas onde deveriam estar expostos produtos de limpeza. E não encontrou o que queria.
Ao observar no entorno, o cliente, no caso o repórter aqui, viu uma moça, funcionária do supermercado, que coincidentemente vinha em sua direção.
Ela, parece, era uma dessas funcionárias que supervisionam os caixas.
Estava, inclusive, com um molho de chaves nas mãos.
Foi-lhe perguntado onde estava o produto de limpeza que o cliente queria.
Com um ar desinteressado, com um ar de enfado, ela deu uma olhada na gôndola e respondeu:
- Eu também não estou encontrando [o produto]. Mas espere aí, que eu eu vou ali perguntar e já volto.
Ela foi e não voltou.
Esqueceu do cliente.
Não deu bola ao cliente.
Desprezou o cliente.
O cliente ficou ali, com cara de paspalho, de pateta, de braços cruzados e esperando que a funcionária retornasse.
E nada indica que tenha, digamos assim, esquecido. Até porque, naquela hora, talvez só havia um cliente no supermercado: o poster.
Um cliente que não estava com a intenção de pedir um produto emprestado ao supermercado.
Um cliente que pretendia comprar um produto.
Comprando, pagaria pelo produto.
Mas o que ocorre em oito, a cada dez empresas de Belém, é que um cliente parece um estorvo quando pede uma informação, quando pede uma ajuda, quando quer ser melhor atendido.
Até parece que uma pessoa, quando externa o interesse de comprar um produto ou um serviço, está ofendendo os vendedores.
Isso acontece não apenas no Yamada Plaza, e sim em todos os supermercados de Belém.
Todos, sem exceção.
Mas vocês querem mais uma história, para se convencerem de que o atendimento em empresas de Belém é péssimo?
Vamos lá.
Aconteceu ontem, domingo.
O repórter aqui chegou para almoçar no Privilège, ali na Serzedelo, em Batista Campos.
Enquanto aguardava uma mesa, ficou lendo uma revista num balcão.
Até que chegou um cidadão no dito balcão, para pagar.
Como levaria a refeição para casa, ele a acondicionou num daqueles recipientes de isopor.
Pois o cara estava indignado.
Estava rubro.
Estava com o coração derretendo de ódio.
Quando olhou melhor para os isopores - eram três -, dois deles estavam abertos e um deles, vazando pelo fundo.
O cliente protestava em altos brados.
Até que veio um garçom e trocou o isopor que vazava por outro. Mas o cara, com justa razão, ficou indignado.
É assim.
É quase sempre assim.
Parece até que não pagamos por esses serviços.
Imaginem só se eles fosse de graça.
Putz!

3 comentários:

Anônimo disse...

Todos tem péssimo atendimento; todos não ligam para os clientes; todos não tem nenhum interesse em auxiliar quem quer que seja.
Todos só querem uma coisa: faturar, e muito.
Por isso investem muito em propagandas lindas, mas enganosas.
Vou dizer bem alto agora: TODOS OS SUPERMERCADOS DE BELÉM SÃO PÉSSIMOS NO ATENDIMENTO !

Anônimo disse...

O pior de todos é o supermercado Amazônia, da Alcindo Cacela. Os banheiros são inundos, totalmente sem condições de dar aos funcionários a menor oportunidade para satisfazere suas necessidades fisiológicas. Aos clientes, pior ainda.
Gostaria de ver o dono com uma baita disenteria usando aquelas instalações desumanas...

Anônimo disse...

IHHH, Essa conversa vai longe....