quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

No caso Caíca, a governadora dignifica o cargo que ocupa


A César o que é de César.
À governadora Ana Júlia Carepa o que é da governadora Ana Júlia Carepa.
É preciso reconhecer.
Aliás, mais do que reconhecer, é preciso registrar.
Registre-se, pois.
Tem sido exemplar a postura da governadora Ana Júlia - acima, na foto da Agência Pará, ela beija uma criança em cerimônia de entrega de kits escolares - em relação ao inquérito que envolve seu irmão João Carlos de Vasconcelos Carepa em denúncias de abusos sexuais contra uma menor.
O poster tem ouvido de várias pessoas, a maioria delas insuspeita, a informação de que a governadora, desde o primeiro momento em que o caso envolvendo Caíca chegou à esfera policial, tem transmitido orientações explícitas para que as investigações sejam conduzidas como se ele não fosse irmão da primeira mandatária do Estado, mas um cidadão como qualquer outro que está sob a suspeita do cometimento de um crime.
Imagina-se o drama, o conflito entre sentimento e razão que deve envolver a governadora numa situação como essa.
Versões – não inteiramente confirmadas – dão conta de que Ana Júlia, ao tomar conhecimento pela primeira vez do caso, teria externado sua revolta, por achar que não apenas a acusação era gravíssima, como o fato ensejaria repercussões políticas negativas. Teria chegado a revelar isso em ambiente familiar, em meio a um choro convulsivo.
Mesmo assim, em nenhum momento se tem conhecimento de que a governadora tenha interferido para abafar o caso ou para desviar as investigações para cursos indevidos.
Por isso, ganha relevância a confissão de Ana Júlia ao senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI da Pedofilia, segundo relato do próprio Malta. “Você sabe que a minha luta, a minha vida foi defender os menos favorecidos. Isso [o caso envolvendo Caíca] me angustia profundamente. Mas não moverei uma palha, porque quem abusa de criança precisa responder pelo crime que cometeu.”
Não se poderia, aliás, esperar outra postura da governadora.
Ela é mulher, a primeira a governar o Pará.
Ela é mulher e mãe.
A governadora, inclusive, tem filha.
Sabe a governadora, por ser mulher, que esse tipo de crime supostamente cometido por seu irmão é degradante e aviltante para a condição feminina.
Sabe, por ser mulher, que esse tipo de crime supostamente cometido por seu irmão é ainda mais horrendo por afetar uma menor de idade.
Reconheça-se, por isso, que a postura de Ana Júlia, nesse caso específico, dignifica o cargo que ela ocupa.
Reconheça-se.
E registre-se.
Está registrado.

6 comentários:

Anônimo disse...

"... em nenhum momento se tem conhecimento de que a governadora tenha interferido para abafar o caso..."


Então, por qual motivo os jornais locais (Diário, Liberal e Amazônia) não escrevem uma linha sobre o caso?

Meio estranho isso...

Anônimo disse...

Sei

Anônimo disse...

Por isso eu também acredito que o caso Sefer também não sofrerá nenhuma interferencia do Palácio dos Despachos. Se a governadora não está disposta a meter a mão no fogo por causa do irmão, porque o faria pelo deputado?

Franssinete Florenzano disse...

Paulo, você se antecipou, eu também iria fazer um post nesse sentido. Outro dia alguém me questionou por que eu não estava "batendo" no caso do irmão da governadora. E eu respondi que não há razão para bater, o inquérito correu normalmente, já está no Judiciário, e em nenhum momento houve interferência política, ao ponto da própria autoridade policial ter feito, além do indiciamento do acusado, pedido de prisão preventiva. E também soube da reação da governadora nesses mesmos termos que você expôs: misto de indignação e choque, porém com firme determinação de fazer cumprir a lei, mesmo doendo em suas entranhas. Penso que é válido fazer esse registro, ninguém tem culpa dos erros dos familiares e nesse ponto Ana Júlia Carepa deu bom exemplo aos paraenses. Ainda bem!

Anônimo disse...

Aleluiaaaaaaaaaaa!!!!
Como eu esperei esse momento. Paulo eu estava tão frustrado, traumatizado e tudo que termina com ADO, morrendo de vergonha pelo voto em outubro de 2006. Graças a Deus, agora tenho alguma coisa interessante pra me orgulhar. Já estava com depressão. Espero que venham outras, pelo amor de Deus, todo poderoso senhora governadora.

Parabéns Ana Júlia.

Anônimo disse...

São em momentos como esses que percebemos quem realmente possui uma postura íntegra, digna do cargo que ocupa.

Parabéns governadora Ana Júlia!!!