terça-feira, 24 de maio de 2016

Jucá exonerado. Mas Temer não é inocente. Não mesmo!


Vamos combinar?
Romero Pacto Contra a Lava Jato Jucá está exonerado. Mas Michel Temer é inocente?
Não é.
Não mesmo.
Se alguém avalia que Michel Temer, o presidente em exercício, alçou-se nesta terça-feira (24) ao panteão dos heróis nacionais da transparência e dos bons costumes porque exonerou Romero Pacto Contra a Lava Jato Jucá do Ministério do Planejamento, é sinal de que os contos da carochinha ganharam foros de verdade.
De estupenda e definitiva verdade.
E por que Temer não é inocente?
Porque, meus caros, Temer conhece Romero Jucá melhor do que qualquer um de nós.
Romero Jucá, meu povo, responde a seis inquéritos apenas da Operação Lava Jato.
Não venha o respeitado constitucionalista Michel Temer, não venha venha o professor catedrático Michel Temer alegar essa parada de que a presunção de inocência é princípio constitucional que precisa ser respeitado em sua plenitude.
Olha, professor Michel, nenhum direito, nenhum princípio é absoluto neste mundo.
Nem o direito à vida é absoluto, uma vez que, sabem todos, você pode tirar a vida do outro que ameaça a sua própria vida.
Portanto, digamos em resumidíssimas e singelas palavras: Michel Temer pode exonerar Jucá 600 vezes, mas jamais será o cultor da transparência que ele pretende ser.
Michel Temer é o comandante de um governo em exercício que se contaminou, indelevelmente, pela mácula moral de sustentar-se, em boa parte, na escória política brasileira.
E vamos logo lembrar, pur favor: escória política é escória política - não importa se do PT, do PSDB, do DEM, do PP, do PV, seja lá de que partido for.
Vocês dirão que Dilma também se sustentava em escórias políticas?
Sim.
Michel Temer também.
E agora?
Também haveremos de dizer que temos a escória política do bem e a escória política do mal?
Novas eleições, meus caros.
É disso que precisamos.
É isso que o Espaço Aberto já defendeu abertamente - leiam a postagem A renúncia é o melhor dos males para um País sem saída.
Fora isso, vamos ficar apenas mudando de escórias.
E ficaremos sempre tentados a acreditar que a escória política que sustenta o governo Temer é a do bom.
E a que sustentava a do governo Dilma era a do mal.
Ou vice-versa.

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